La Movida celebra três meses de atividade na nova casa, com resultados positivos de público e programação
Mais de 3.000 pessoas já estiveram na nova casa vivenciando a experiência do primeiro microteatro do Brasil
No último dia 24 de julho o La Movida Microteatro completou três meses de atividades na nova casa, localizada no Bairro Floresta. Nesse período mais de 3.000 pessoas estiverem no espaço vivenciando a experiência do microteatro, que vem oferecendo uma diversa programação que concilia teatro e bar. Durante esses três meses 24 micropeças já cumpriram temporadas no La Movida, que contabiliza mais de 2.000 ingressos vendidos. Para Clarice Castanheira, uma das idealizadoras do primeiro microteatro do Brasil, "esse resultado reforça a vocação da potente produção cênica mineira também no formato do microteatro."
A variedade de estilos e linguagens cênicas é uma marca registrada da programação do La Movida. Pelas três microsalas – quartos da casa que foram adaptados para as apresentações cênicas – já passaram produções que incluem teatro contemporâneo, clássico, circo e até dança, como é o caso da produção do Coletivo Movasse, PlaylistA: ¼ de Dança. Para a integrante do coletivo, Márcia Neves "O espaço, o público, a perspectiva conceitual do La Movida e os encontros ali realizados propiciaram novas percepções acerca do exercício da improvisação em dança e de elementos que possam contribuir para potencializar tal exercício."
Um dos destaques da programação no período foi a temporada de Folhas Mortas, micropeça de Inês Peixoto e Eduardo Moreira, atores do Grupo Galpão. Inês destaca a importância da participação no La Movida como forma de vivenciar uma relação diferenciada com o público: "Adorei a oportunidade de concretizar o desejo de contracenar com o Eduardo Moreira em uma cena que li e ficou na minha memória. Ali, dentro de uma sala, para quinze pessoas de cada vez, numa troca muito sensível de energia. Um presente para os artistas e o público de Belo Horizonte."
O ator e produtor Robson Vieira, que também cumpriu temporada no La Movida com sua micropeça Atendendo a Pedidos reforça a troca com o público: "O La Movida além de ser um espaço de troca para nós artistas e públicos é um dos poucos espaços de experimentos artísticos, lugares cada vez mais raros no país."
Na semana da estreia do La Movida na nova casa o desafio para os artistas foi o de transformar espetáculos de longa duração em versão micropeça. "Para nós do Grupo Teatro Andante, foi uma experiência sensacional participar da inauguração da nova casa do La Movida. A proposta de transformar nosso espetáculo LAMA em uma micropeça de 15 minutos foi um delicioso desafio! O La Movida é uma iniciativa muito potente, capaz de promover uma programação teatral criativa e ao mesmo tempo festiva, mobilizando artistas e público", explica Ângela Mourão.
Além da possibilidade de experimentação artística, o La Movida se firma na cidade também como um local de trabalho para os artistas. Graças ao incentivo da Lei Municipal de Incentivo à Cultura e ao patrocínio do UniBH, nesta temporada os artistas recebem como cachê toda a bilheteria de suas apresentações como forma de pagamento pelas temporadas. A segunda temporada movimentou até agora aproximadamente 30 mil reais em pagamentos para artistas e coletivos da cidade. "Um oásis para o momento do país, de redução de incentivos e projetos", ressalta Robson Vieira.
Programação intensa
A cada semana o La movida oferece uma estreia em sua programação. A grande possibilidade de micropeças em cartaz, fato que muitas vezes deixa quem frequenta surpreso, é resultado do processo de seleção de micropeças que foi iniciado em janeiro deste ano, quando foi colocada no ar uma convocatória para os artistas. Foram enviadas mais de 100 inscrições e o processo de seleção de micropeças, que inicialmente previa o número de 30 produções, acabou selecionando 40. Para Marco Túlio Zerlotini isso confirma que "estamos vivendo um momento muito importante de produção em Belo Horizonte e Minas Gerais. Os artistas encontram aqui no La Movida um espaço extremamente convidativo para a exposição das questões que mais vem nos afetando."
A convocatória está garantindo uma diversidade de produções para a programação da casa para os próximos meses, mas outros artistas já estão enviando propostas, o que vai garantir a perpetuidade do espaço por muito tempo, comemoram o e as responsáveis pela criação do La Movida.
Convívio entre bar e teatro
Entre uma micropeça e outra quem frequenta o La Movida tem à sua disposição um dos bares mais charmosos da cidade, como vem sendo destacado por várias e vários clientes. "Uma das coisas que mais festejamos diariamente é o retorno positivo que recebemos de quem frequenta o La Movida e se surpreende com a estrutura que integra perfeitamente bar e teatro", afirma Alice Lucchesi, uma das sócias do La Movida. O cardápio que está à disposição do público oferece petiscos, tira-gostos, sanduiches, além de opções veganas. Entre as bebidas, cervejas para todos os gostos, drinks, chopp e opções não alcóolicas.
O La Movida funciona de quarta a sábado, sempre a partir de 18h. As apresentações das micropeças começam todos os dias a partir de 20h. Cada micropeça em cartaz se apresenta três vezes na noite.
Programação de 31 de julho a 03 de agosto – quarta a sábado
- Quem Vai Olhar as Crianças, com Raquel Castro. Horários: 20h, 20h30 e 21h.
- Horizonte Infinito, com Gabriella Hedegaard e Malu Falabella, da Cia Quatro Quartos. Horários: 20h10, 20h40 e 21h10.
- Até o Nascer do Sol, com Bárbara Casseb. Horários: 20h20, 20h50 e 21h20.
Sobre as micropeças
Em "Quem Vai Olhar as Crianças?", a poderosa ex-deputada e assessora política Alone May conduz uma reunião com possíveis investidores para o futuro lançamento de candidaturas de mulheres políticas. Criadora e presidenta da Fundação May para Desenvolvimento de Lideranças Políticas Femininas, seu objetivo é reverter a seguinte estatística: hoje, 94,3% do mundo é governado por homens. O público é convidado a construir o perfil de uma "candidata ideal", "elegível", "presidenciável", em um complexo jogo político. A irrupção do real na cena se dá com a presença, a cada noite, de duas adolescentes, meninas entre 13 e 17 anos, e seus questionamentos e percepções reais sobre sociedade, política e gênero. Entre a palestra-performance e o teatro documentário, a cena é um convite à reflexão sobre a relação entre mulheres e poder na sociedade e à apreciação de um retrato cáustico da desigualdade entre gêneros.
A Cia quatro quartos é uma jovem companhia teatral de Belo Horizonte formada pelas atrizes Amanda Coimbra, Bárbara Batitucci, Gabriella Hedegaard e Malu Falabella. Desde 2017 já realizaram juntas três espetáculos e estreiam agora no La Movida a micropeça "Horizonte Infinito", que retrata a história de duas irmãs, Tereza e Joana. Tereza vive no Brasil, Joana no exterior. Enquanto Tereza cuida da mãe em seu país de origem, Joana vive pequenas aventuras num país distante. A distância entre as duas é como uma linha que as separa, mas que também as une. Tereza e Joana são, em si, cada uma, uma profunda solidão, vivendo em seus cubículos, universos particulares, cotidianos comuns, tão simples e ao mesmo tempo tão inquietantes.
Em luta com ou contra a sobrevivência. Num mar de areia atravessa uma andarilha, que perdida entre dunas, não vê mais as pegadas do caminho de volta pra casa. Caminho ou espero? Essa é a proposta de "Até o Nascer do Sol", com Bárbara Casseb. Como as areias do deserto que se movem com o vento, a micropeça se forma, de novo, a cada vez que é trabalhada. As camadas de significação vão se aprofundando, se mostram extremamente mutáveis e com a capacidade de contemplar uma variedade de discursos. O trabalho se apoia na subjetividade de todes envolvides, inclusive a plateia, para seguir vivo.
Este projeto é realizado com recursos da Lei Municipal de Incentivo à Cultura de Belo Horizonte. Patrocínio: UniBH.
La Movida Microteatro - Bar
A combustão do motor La Movida são as parcerias, as articulações. A mesma matéria de que o teatro é feito. O trabalho conjunto, colaborativo. Desta forma o La Movida quer se consolidar como um coworking artístico, feito para os artistas trabalharem em uma estrutura e formato dinâmicos. Vários estilos coexistindo no mesmo espaço. Para que possam usufruir, gerar renda e conteúdo para a cidade. Uma nova forma de contar histórias e de contar também a história da cidade, através do teatro e de quem o cria com tanto afinco e resistência.
O nome La Movida Microteatro - Bar é inspirado no Movida [Madrileña], movimento contracultural ocorrido na Espanha, especialmente em Madrid, nos anos 1980 após a morte do ditador Franco, no processo de redemocratização do país. A movida foi importante, pois agitou intensamente a vida artística da capital espanhola. Qualquer semelhança não é mera coincidência. A ação também é uma movida na vida artística de Belo Horizonte, com outra oportunidade para criar, produzir e consumir artes cênicas. Outra forma de viver o teatro, outra forma de viver de teatro.
Sobre o Microteatro
É um formato teatral criado em Madrid, na Espanha, em 2009, que consiste na apresentação de micropeças em espaços de até 15 metros quadrados, com duração igual ou inferior a 15 minutos, com no máximo 3 atores em cena, para um público de até 15 pessoas. Além disso, também é parte das características desse gênero o acontecimento de várias micropeças simultaneamente em sessões sucessivas. Desta maneira, o espectador escolhe quanto tempo passar no teatro, de acordo com o número de micropeças que quiser assistir. Ele escolhe também o valor que quer pagar, já que o ingresso para cada apresentação é vendido separadamente.
O La Movida Microteatro coloca no foco da programação apresentações de curta duração para as artes cênicas. Belo Horizonte é uma cidade com criação artística efervescente, com projetos e festivais renomados, já tradicionais na cidade, como o Cenas Curtas, do Galpão Cine Horto, e a Mostra Lab. Algumas cenas destes festivais viraram espetáculos, outras, ou a maioria, se perderam no tempo e no espaço. O La Movida, portanto, é um espaço que se dedicará exclusivamente a este formato, se colocando no mercado também como um espaço de escoamento destas produções.
"O conceito de micropeça é diferente de cena curta. Os formatos têm em comum somente a duração, de 15 minutos. A micropeça é feita para espaços menores e todo o aparato que envolve a criação de uma micropeça é dimensionado em cima disso. Este contexto determina a relação entre o público e os atores e resulta noutra experiência. Como artista, por exemplo, se apresentar em uma sala de 15m² é completamente diferente de se apresentar em um teatro para 300 pessoas", explica Marco Túlio Zerlotini, coordenador de comunicação do La Movida. Clarice Castanheira chama atenção ao dizer que espetáculos de curta duração já são realizados em BH e no restante do país, mas realizados em espaços mais convencionais, com grandes palcos: "A cena curta, em princípio, se apresenta em um espaço grande, em um teatro tradicional ou espaço alternativo, mas com toda a estrutura de um grande teatro. No La Movida, tudo é micro, o tempo e o espaço. ", ressalta Castanheira.
E para incrementar a troca entre artistas, público e La Movida, no espaço também funciona um bar. Um ambiente de celebração e de encontros.
Alice Lucchesi, empresária e produtora cultural, é quem comanda esta frente da inciativa. O bar traz cardápio versátil inspirado nos tradicionais botecos de BH. "Comida boa, caseira, feita com afeto", pontua Alice. E para acompanhar, o cardápio conta com opções de drinks, cervejas e vinhos.
A entrada no espaço é gratuita e os ingressos por micropeça custam R$10,00 (dez reais), com venda exclusivamente na bilheteria do local. Toda a renda dos ingressos é dos artistas participantes. O La Movida Microteatro Bar estará aberto ao público de quarta a sábado, sendo nas quartas e nas quintas de 18h às 23h e nas sextas e sábados de 18h às 00h30.
Histórico
O La Movida Microteatro Bar surgiu em 2017 como uma iniciativa inédita no Brasil, fomentando a produção cênica e a preços populares. O projeto é uma iniciativa da publicitária e produtora cultural Clarice Castanheira, que conheceu a estrutura do microteatro na Espanha, em 2016, e percebeu que o modelo poderia ser aplicado à realidade brasileira, além de dialogar com a vocação cultural múltipla de Belo Horizonte. Nasceu assim o La Movida Microteatro Bar, criado por Clarice, que na época contou com a colaboração do amigo e ator Guilherme Théo. Na primeira temporada o projeto recebeu 40 produções em suas microsalas, com apresentações de até 4 sessões por noite, para cada micropeça.
Projeto celebrado, o La Movida voltou à cena em 2018, com o projeto itinerante "La Movida In Box", cuja edição foi realizada em Contagem com micropeças realizadas em containers, instalados em praça pública. Importante salientar que o La Movida Microteatro Bar é um projeto permanente e fixo e o novo momento demarca justamente este lugar, trazendo também um novo e importante espaço cultural para a cidade.
Idealizadores do projeto
Clarice Castanheira é publicitaria e produtora cultural desde 2001. Sempre trabalhou na área cultural e sua atuação, em grande parte da carreira, foi voltada para a cena teatral de Belo Horizonte. Trabalhou em grandes festivais da cidade, como FIT e FAN, além de companhias como Cia. Candongas, Luna Lunera, Armatrux e companhias vindas de fora, como a Cia Dos à Deux. Trabalhou também em centros culturais como CCBB e Circuito Cultural Praça da Liberdade.
Marco Túlio Zertlotini é ator e produtor cultural. Como ator teve sua trajetória de formação junto ao Grupo Intervalo, onde atuou por mais de 15 anos, e também na Escola de Teatro da PUC Minas. Como produtor começou sua experiência estando a frente de algumas montagens dentro do Grupo Intervalo e depois em sua própria companhia, a Cia. do Silêncio, criada em 2012. Nos últimos anos se dedica também a produção de conteúdo de comunicação para espetáculos e outros projetos culturais.
Alice Lucchesi é empresária e produtora cultural. Formada em jornalismo pelo UniBh, atua desde 2013 no mercado de bares da cidade e em diversos projetos culturais, voltados para área de cinema e artes cênicas.
SERVIÇO
La Movida Microteatro Bar
Onde: Rua Marechal Deodoro, 308 – Floresta - BH
Entrada Gratuita. Para assistir às micropeças os ingressos custam R$10,00 (dez Reais), vendidos exclusivamente na bilheteria do espaço.
Programação de 31 de julho a 03 de agosto – quarta a sábado
- Quem Vai Olhar as Crianças, com Raquel Castro. Horários: 20h, 20h30 e 21h.
- Horizonte Infinito, com Gabriella Hedegaard e Malu Falabella, da Cia Quatro Quartos. Horários: 20h10, 20h40 e 21h10.
- Até o Nascer do Sol, com Bárbara Casseb. Horários: 20h20, 20h50 e 21h20.
Horário de funcionamento: quartas e quintas, de 18h às 23h. Sextas e sábados de 18h à 00h30.
Informações: (31) 3504-9424
Contatos para entrevistas:
- Clarice Castanheira: (31) 98448-2598
- Marco Túlio Zerlotini (31) 99305-1071
