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Poltrona: passado, presente e futuro Posted: 06 Dec 2009 06:00 PM PST Voltei. Por mais que toque tudo com uma boa dose de profissionalismo, o Poltrona é um blog pessoal. Não há equipe ou colaboradores. Sou eu e você. Eu conto novidades, emito algumas opiniões. Você concorda, discorda, elogia e/ou critica. É um enorme clichê afirmar que se trata de uma conversa, mas impossível escapar disso. Não tinha nenhuma grande ambição ao criar o Poltrona em 2006. No entanto, com o crescimento e a visibilidade conquistados ao longo do tempo, caí em algumas armadilhas. Isso me custou caro. Deveria ser apenas uma terapia ocupacional, mas muitas vezes se transformou em motivo de desejos obtusos e preocupações desnecessárias. Coisas do ego a que estamos sujeitos. O resultado não poderia ser pior. Há um limite para tudo e eu o atingi neste último final de semana. Meu filho de apenas três anos presenciou um colapso em um local público. Não foi o primeiro desmaio. Nem será o último. A síncope é uma defesa do organismo para evitar uma parada cardíaca, já que o coração está em falência por causa da hipertensão pulmonar. Tive até quedas mais violentas. No entanto, foi a primeira vez que isso aconteceu ao lado de meu filho sem a presença de minha esposa. Pior que a dor física é aquela que sinto na alma ao imaginar o que ele sentiu diante do ocorrido. Tenho 33 anos. Como aceitar que preciso ficar em repouso o máximo possível? Nem mesmo a piora dos sintomas da hipertensão pulmonar abriu meus olhos. Assumi inúmeros compromissos. Ainda posso fazer muitas coisas, mas não em excesso e/ou em curto espaço de tempo. Ignorei a possibilidade de retornar ao hospital apenas dois meses após minha última internação, que durou 40 dias, e agora pago um preço alto. O que vivi ao lado de meu filho foi a gota d’água. Não quero parar. Até pensei em jogar a toalha, mas não vou desistir de meus sonhos. Porém, vou viver o resto de vida que me sobra, seja um dia ou uma década, sem achar que poderia ter feito mais. Em minha última consulta, confessei ao meu médico que, pela primeira vez desde o diagnóstico, sinto que estou morrendo. Ao contrário de outras oportunidades em que apresentei piora, ele não disse que a preocupação era excessiva. Sempre sincero, o que acho ótimo, afirmou que estou piorando e que não há muito a ser feito, já que todos os medicamentos estão em dosagem máxima. Resta o transplante, essa saga árdua que parece infinita. Não me colocam na fila, pois alguns médicos argumentam que a falência cardíaca é avançada e o risco de morte durante a cirurgia é alto. Outros afirmam que a hipertensão pulmonar me consumirá sem o transplante e que correr o risco é necessário. Diante do impasse, os sintomas físicos e emocionais do agravamento da doença me trituram. Restam poucas forças para assistir a algo e formar uma opinião interessante o suficiente para ser compartilhada por aqui. Sou exigente. Para publicar um texto qualquer, prefiro não redigir nenhum. Tenho respeito com você, que me acompanha. Se está aqui, se volta ao blog, é porque gosta do que lê. Não posso passar a cumprir tabela, como se fosse um trabalho sem importância. Mas, como disse, não vou abandonar meus sonhos. Nenhuma mudança resultará no fim do Poltrona. Talvez alguma instabilidade no ritmo de atualizações e para isso conto com sua paciência. Agradeço a confiança até aqui. Vamos em frente. |
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