Notícias da Televisão: Newsletter | ‘BBB 10’ e Tessália: brasileiro não sabe curtir reality shows

quarta-feira, 3 de fevereiro de 2010

Newsletter | ‘BBB 10’ e Tessália: brasileiro não sabe curtir reality shows

‘BBB 10’ e Tessália: brasileiro não sabe curtir reality shows

Posted: 02 Feb 2010 06:00 PM PST

O Ibope mostra que os brasileiros adoram assistir ao BBB, mas a eliminação de Tessália revela que boa parte dos telespectadores não sabe curtir os reality shows.

Estou entre os milhares que tiraram uma casquinha da presença de Tessália no Big Brother Brasil. Fiz piadas e até narrei, no @alerocha, seus momentos ofegantes com Michel na madrugada de terça-feira (2/2).

Zoações à parte, a eliminação de Tessália mostra que muitos telespectadores não entendem as engrenagens de um reality show. Posam de liberais, mas são conservadores.

Não falo apenas do comportamento de Tessália com Michel. Se eles transaram, os telespectadores ficaram chocados e eliminaram a garota, estamos diante de um tremendo falso moralismo. Ela fez o que teve vontade, como disse @alvez. “Seu nível de rejeição é uma amostra do grau moralista deste pobre país hedonista.”

Pior se a eliminação de Tessália nada teve a ver com conservadorismo, como defendeu @twit_tay, mas por seu comportamento considerado traiçoeiro.

Por que tirar a Tessália do BBB? Os argumentos devem ser os mesmos utilizados nas eliminações da Tina no segundo Big Brother Brasil, do Rogério na quinta edição ou do Théo Becker em A Fazenda.

Todos foram personagens importantes descartados antes da hora certa. Se não há vilão sem herói, como nos ensinou M. Night Shyamalan em Corpo Fechado, a recíproca é verdadeira. “E agora? Vão tirar o Dourado também? Matar vilão no começo do filme é meio chato, sabe?”, lembrou sabiamente @lumonte.

Reality shows são competições. Nos Estados Unidos, onde nasceram muitos programas desse gênero, predomina a meritocracia. Vence quem canta bem (American Idol), quem tem boa estratégia (The Amazing Race) ou quem sabe construir alianças (Survivor).

No Brasil, predomina o “coitadismo”. Vence aquele que precisa do prêmio ou que não é “normal”. Se o participante tem atitudes muitas vezes toleradas no convívio social ou no ambiente de trabalho, como ambição e egoísmo, acaba eliminado.