Cuidado: Frágil! O novo espétáculo da Cia da Farsa
De 19 a 22/8, a peça estará em cartaz no Galpão Cine Horto
O ESPETÁCULO
CUIDADO: FRÁGIL!, o novo espetáculo da Cia da Farsa, com direção de Mauro Júnior, trata de situações extremas, envolvendo personagens baseadas em histórias reais e imaginárias, numa demonstração clara de que a realidade, às vezes, pode superar a ficção. A peça, que tem dramaturgia original, estreia no próximo dia 19 de agosto, quinta-feira, às 21 horas, no Galpão Cine Horto, rua Pitangui, 3.613 – telefone (31) 3481-5580. As apresentações continuam na sexta, 20, e sábado, 21, também às 21 horas, e no domingo, às 19 horas, com ingressos a R$ 12, (inteira), R$ 6, (meia) e R$ 10, (Postos Sinparc).Classificação 16 anos.
"Só. Sozinho. Solitário. Solo. Solilóquio. Monólogo interminável numa noite de tempestade interminável."
Guitarrista
Neste trabalho da Cia da Farsa, os textos foram construídos pelo coletivo de atores, com participação dos artistas convidados. Algumas personagens foram criadas a partir de histórias vivenciadas pelos atores. Com uma narrativa fragmentada, a dramaturgia original é contaminada pela intertextualidade, com referências de autores da literatura moderna e contemporânea. "São perfis complexos e absurdos, onde a teatralidade, exacerbada pelas soluções cênicas, faz desse espetáculo um material instigante para o exercício da encenação e para fruição dos nossos futuros espectadores", enfatiza o diretor, que é também responsável pela dramaturgia.
"Ela me dizia com os olhos aguados: "O nosso cão se habituou a comer sobras, minha filha. Eu me habituei a restos de vida."
Mulher
O espetáculo é constituído por cinco solos conduzidos pelos devaneios de uma personagem central. Um guitarrista (Athos Reis), surdo e mudo, que encontra na música sua expressão de desejos e sonhos frustrados. Uma mulher asmática e neurótica (Sidneia Simões), que sofre violência doméstica, mas que vê de maneira excessivamente divertida a vida e tudo que a cerca. Um travesti (Alex Zanonn) que usa a condição de travestido para se esconder do mundo e que perde sua identidade quando o dia nasce. Uma menina (Marcus Labatti) que, vítima de exploração sexual, tem sua infância interrompida por uma gravidez inesperada. Um ser vadio (Elton Monteiro) que é invisível aos olhos dos "gigantes" e que sofre por ser vegetariano. Um feto (Simone Caldas) que, prestes a ser abortado, canta canções de ninar para sua mãe dormir. Segundo o diretor, "trata-se de perfis absurdos, mas que foram criados para nos dizer quão próximos somos deles".
"Meu pai sempre dizia que o sofrimento melhora o homem, desenvolvendo seu espírito e aprimorando sua sensibilidade"
Travesti
O produtor executivo Alexandre Toledo, também integrante e diretor dos outros espetáculos da Cia da Farsa, conta que, no final de 2009, começaram as reuniões para a nova montagem. A última peça, "Auto da Compadecida", tinha apresentado bons resultados, incluindo o 6º Prêmio Usiminas-Sinparc de melhor espetáculo de 2008. Esta era a segunda incursão do grupo no universo de Ariano Suassuna. A primeira experiência foi em 2003, com a "Farsa da Boa Preguiça". E agora? Seria o momento de concluir a trilogia de Suassuna? No entanto, esse projeto ficou para o futuro.
"Decidimos, inicialmente, investir em um trabalho colaborativo, envolvendo pesquisa, diálogo, negociação. Recortamos, entre a gama de opções, o tema da violência do mundo atual", relata o produtor. A ideia era usar uma linguagem mais contemporânea, a exemplo da experiência da Cia da Farsa com o espetáculo "Retrato Falado", da autora Teresa Frota, marcado pela incomunicabilidade, solidão e violência.
Os integrantes da Cia da Farsa começaram a pesquisar notícias dos jornais, a ler autores consagrados da literatura e a narrar suas próprias histórias.
Surgiu a perspectiva de abordagem da violência contra a mulher. Foi sugerido o nome "Dolor(es)", substituído depois por "Cuidado: Frágil!". Eram muitas ideias efervescentes que ganharam o tom do diretor convidado, Mauro Júnior, que trouxe novas propostas, renovadas a cada encontro. Assim, foi sendo concebido o espetáculo. A dramaturgia, direção, cenografia, iluminação, adereços, voz em off e trilha sonora pesquisada foram assumidas por Mauro Júnior.
"Abrir o nariz e encher o meu peito de ar ou de luar, não posso saber ao certo, porque a minha noite não é chuvosa, mas é uma mistura de brisa e claridade"
Vadio
A CIA DA FARSA
Desde sua formação, a Cia da Farsa tem se esforçado em apresentar ao público espetáculos de qualidade, baseados no binômio texto/trabalho de ator. Essa trajetória inclui duas montagens infantis de textos de Maria Clara Machado: "Tribobó City" (2002) e "Aprendiz de Feiticeiro" (2009). O primeiro recebeu um total de 10 indicações para os prêmios Sesc/Sated e Bonsucesso/Sinparc, rendendo indicações para quatro atores do grupo; o segundo recebeu duas indicações para o prêmio Usiminas/Sinparc, sendo uma delas para melhor ator coadjuvante.
"Farsa da Boa Preguiça" (2003), texto de Ariano Suassuna, recebeu sete prêmios em Florianópolis e em Belo Horizonte, quatro deles para os atores.
"O Contrabaixo", espetáculo baseado na obra de Patrick Süskind, deu ao protagonista, Alexandre Toledo, o prêmio Usiminas/Sinparc de melhor ator de 2005, além de outras cinco indicações, incluindo a de melhor espetáculo.
O espetáculo "Retrato Falado" (2005), de Teresa Frota, é também outra montagem da Cia da Farsa, que possibilitou a cada ator interpretar várias personagens.
"Auto da Compadecida" ganhou o 6º Prêmio Usiminas-Sinparc como melhor espetáculo de 2008, além de melhor trilha original (Leri Faria) e figurino (Alexandre Colla). No Prêmio Sesc-Sated, em sua 14ª edição, a peça foi também vencedora nas categorias trilha sonora e figurino, bem como de melhor ator comediante para Dudu Guimarães, que faz o papel de Chicó. Os espetáculos, exceto "O Contrabaixo", foram dirigidos por Alexandre Toledo.
FICHA TÉCNICA
concepção, dramaturgia, direção, cenografia, adereços, iluminação, visagismo e trilha sonora pesquisada
Mauro Júnior
textos
Alex Zanonn, Anderson Feliciano, Anderson Vieira, Athos Reis, Elton Monteiro, Lao Borges, Marcus Labatti, Mauro Júnior e Sidneia Simões
intertextualidade com
Caio Fernando Abreu, Conceição Evaristo, Luiz Ruffato, Mia Couto, Miguel Torga, Raduan Nassar, Samuel Beckett e com o diário de uma menina.
atuação
Alex Zanonn, Athos Reis, Elton Monteiro, Marcus Labatti, Sidneia Simões e Simone Caldas
vozes em off
Mauro Júnior
projeto gráfico
Alex Zanonn
figurino
Fernanda Borcsik
maquiagem
Márcia Carvalho
edição de áudio
Daniel Lopes
fotos
Marcus Ikeda
produção executiva
Alexandre Toledo
assistência de produção executiva
Marcus Labatti
Anderson Vieira
realização
Cia da Farsa
TEMPORADA DE ESTREIA DE 19 A 22 DE AGOSTO DE 2010
GALPÃO CINE HORTO
DE QUINTA A SÁBADO 21H
DOMINGO 19H
Contato para entrevistas:
(31) 9973-1594 / toledoalexandre@hotmail.com
PRODUTOR EXECUTIVO: ALEXANDRE TOLEDO
(31) 9301-1732 / maurojpjunior@hotmail.com
DIRETOR: MAURO JÚNIOR
www.companhiadafarsa.blogspot.com
www.espetaculocuidadofragil.blogspot.com
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