quarta-feira, 25 de agosto de 2010

Newsletter | Confiança e lealdade, duas lições de “24 Horas”

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Link to Poltrona » Televisão por Ale Rocha

Confiança e lealdade, duas lições de “24 Horas”

Posted: 24 Aug 2010 08:00 PM PDT

Mary Lynn Rajskub, Kiefer SutherlandChloe O’Brian e Jack Bauer, a amizade acima de tudo.

A Fox exibiu nesta terça-feira (24/8) o último episódio de 24 Horas. Oficialmente, chegou ao fim no Brasil a minha série favorita de todos os tempos. Ao contrário do que previ há alguns meses, não foi um encerramento melancólico.

Sei que milhares de brasileiros ainda vão acompanhar a oitava e última temporada de Jack Bauer pela Globo e/ou por DVDs. Por isso, recomendo que páre por aqui se ainda não assistiu a derradeira jornada do anti-herói atormentado e se quiser manter a surpresa.

24 Horas estreou no dia 6 de novembro de 2001, nos Estados Unidos. Quase dois meses após as torres gêmeas do World Trade Center desabarem diante dos olhos de bilhões de pessoas ao redor do mundo, a Fox exibia o início do dia mais longo na vida de Jack Bauer (Kiefer Sutherland).

Agente do governo, ele evitou uma ameaça terrorista ao primeiro presidenciável negro com chances reais de obter êxito (Barack Obama?). No entanto, após concluir a missão com sucesso, Jack Bauer desceu ao inferno pela primeira vez.

Milhões de telespectadores tiveram a oportunidade de acompanhar atônitos um dos momentos mais marcantes de toda a série. O anti-herói terminou a temporada com a esposa morta em seus braços, assassinada por Nina Meyers (Sarah Clarke), parceira de unidade contra-terrorista que se revelou uma traidora.

Logo em sua primeira temporada, 24 Horas mostrou que não marcaria a televisão apenas por sua frenética narrativa em tempo real, por ressuscitar a carreira de um astro decadente de Hollywood, por apresentar finais de temporada surpreendentes ou por exibir sequências de ação muitas vezes superiores as das superproduções cinematográficas.

24 Horas foi uma atração sintonizada com seu tempo. A série foi um termômetro da política norte-americana. Enquanto o republicano George W. Bush gozou do enorme índice de popularidade após o atentado terrorista de 11 de setembro, o democrata David Palmer (Dennis Haysbert) seguiu em alta na série.

A primeira grande reviravolta ocorreu na quinta temporada, exibida entre janeiro e maio de 2006, nos Estados Unidos. Os fãs conheceram Charles Logan (Gregory Itzin), o presidente que se aliou a terroristas.

A trama foi uma alusão a atrapalhada guerra ao terror comandada por George W. Bush. Após a popularidade acima dos 90% conquistada cinco anos antes, o caipira do Texas que comandou a nação mais poderosa do mundo amargou índices inferiores a 50%. Em julho de 2007, uma pesquisa conjunta entre o jornal USA Today e o Instituto Gallup revelou que somente 29% dos americanos apoiavam o governo, transformando Bush num dos presidentes mais impopulares das últimas décadas.

Kiefer SutherlandVocê fará falta, Jack Bauer.

A partir da sexta temporada, a série surpreendeu ao mudar o perfil do protagonista e ao promover uma discussão ética sobre a política de segurança norte-americana. Após quase dois anos sob tortura na China, Jack Bauer retornou com sua alma totalmente reconfigurada. Apesar de ainda tomar muitas decisões polêmicas em nome da pátria, ele já não aceitava alguns sacrifícios que o governo garantia serem necessários pela segurança nacional.

Além disso, 24 Horas expôs as feridas da era Bush. O seriado, que já tinha sido acusado de conservador e de influenciar atos de tortura de soldados norte-americanos em combate no Iraque, condenou a guerra contra o terror imposta pelos Estados Unidos contra os islâmicos.

Até onde a ameaça era real? Quais as possibilidades de negociação política? Como isso afetou culturalmente o povo norte-americano? Onde entra a vaidade dos governantes em uma crise assim? Essas foram apenas algumas perguntas lançadas com inteligência pelos roteiristas.

A posse do democrata Barack Obama, em 2009, reconfigurou 24 Horas. Basta notar que uso excessivo da tortura como forma de interrogatório, tão presente nos primeiros anos da série, praticamente desapareceu na oitava temporada.

Porém, a grande marca da derradeira jornada de Jack Bauer foi o assassinato de Renee Walker (Annie Wersching). A partir daquele momento, o protagonista aparentemente abriu mão da Justiça. Moralmente, a vingança era justificativa suficiente para Bauer eliminar todos os responsáveis. Engolido pelo jogo político, a justiça com as próprias mãos era a única forma de calar a dor provocada pela morte de seu grande amor.

Contudo, um assassinato a sangue frio nunca será ético e ele soube disso no momento em que confrontou seus dois conceitos mais valiosos: a confiança e a lealdade. Ao ameaçar Chloe O’Brian (Mary Lynn Rajskub), Bauer percebeu que o desejo de vingança pode atropelar os valores pessoais, mas nunca os universais. Ao desistir da idéia de matar o presidente russo, não anulou seu ódio e seu passado de torturador, porém encontrou a redenção que tanto procurou.

Jack Bauer deixará saudades.

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