Em 19 de março de 2011 13:50, Ricardo Brazileiro
<rbrazileiro@gmail.com> escreveu:
>
>
> ---------- Forwarded message ----------
> From: f? r! <efe.erre@gmail.com>
> Date: 2011/3/18
> Subject: [metareciclagem] Sete Deveres Autorais
> To: submidialogia <submidialogia@lists.riseup.net>, Lista do projeto
> MetaReciclagem <metareciclagem@lists.riseup.net>
>
>
> SETE DEVERES AUTORAIS:
> {por Sacy Verniz}
>>
>> "Os filhos devem meramente respeitar seus pais, mas é dever dos pais
>> amarem seus filhos." - Aristóteles em Metafísica, Livro IX.
>
> http://fruido.pravida.org/2010/12/concentracao.html
> 1.Liberdade total de edição completa da obra, seja em fragmentos ou por
> aparelhamentos em obras ulteriores.
> Assim como um pai ou uma mãe (autores) não teriam como evitar que seus
> filhos fossem modificados por suas relações no mundo, um criador não pode
> evitar o fato de sua obra ser modificada por aqueles que a usufruem. Assim
> como é dever de um pai e de uma mãe criar seus filhos para o mundo, assim
> também com a obra e o processo autoral. Todas as ferramentas de edição e
> divulgação são formatadas para facilitar esta entrega irrestrita, caso você
> tenha dúvidas leia o contrato de privacidade de seu email.
> 2.Liberdade total de acesso irrestrito ao processo por parte de qualquer
> interessado.
> Assim como uma criança não pode crescer sem o amparo social (sem severas
> deficiências) da comunidade, todo processo criador deve estar aberto à
> colaboração social (mesmo que esta aparente-se como crítica infundada).
> Assim como os conhecimentos de criação das crianças foi passado de toda uma
> geração a um pai e uma mãe, toda a história humana chega a alguém em
> autoria. E assim como é dever dos pais serem honestos com seus filhos e com
> o Estado Capital (através do consumo de cultura e burocracia), é dever do
> autor ser transparente em seus processos e obras (deixando transparecer suas
> condições psíquicas). O Ministério do Prazer da Propaganda, através da
> Portaria K180320111717, se incumbiu de criar uma taxa por desprazer causada
> por cada obra ou processo artístico, fazendo com que cada vez vejamos menos
> casos de desarmonias nos Templos da Arte.
> 3.Promulgar a Ditadura da Arte (estado nem sacro, nem laico) como futuro do
> Capitalismo.
> Assim como pais e mães são obrigados a colocar seus filhos em escolas e
> vaciná-los, as obras artísticas são alocadas dentro do sistema econômico da
> arte e são rotuladas (seja por suas técnicas ou estilos), sendo portanto
> dever de seu autor levar em conta tais valorações relacionais, de modo a
> promulgar uma melhoria para o estado atual do Estado Capital. Assim como
> pais e mães (autores) influem na religiosidade de seus filhos (time de
> futebol, marcas de produtos, etc.) assim também o próprio fazer artístico
> corrobora com o sistema capital que gere a manutenção da economologia da
> arte.
> 4.Entrega ao inconsciente coletivo e atuação contínua como meio (médium
> mídia) através do esvaziamento do ego.
> Assim como a paternidade e maternidade ocorre como um ato natural, instinto
> de continuação de um gozo do encontro com outrx; a obra e o processo de
> qualquer autoria é uma inconsequência que toma vida própria (mesmo que no
> corpo daquele que obra) e deve ter liberdade de atuação, mesmo que
> prejudicando o autor. Assim como um pai morreria por um filho, é preciso que
> o autor morra pela obra e a obra morra pelo processo. O prazer da arte e o
> ministério da ditadura devem ser repetidos para a completa reprogramação
> neural dos desejos, de modo a conseguir mais-gozo (mais-valia desejante). O
> Ministério do Prazer da Propaganda, através da religiosificação das mídias
> de massa e da sacralização da ignorância pueril, visa em manter esta
> aproximação adolescente sempre fresca com os novos produtos do Mercado
> Cultural.
> 5.Aceitar sacrifícios, não negar oferendas e duvidar de qualquer valoração.
> Assim como um pai ou uma mãe nunca espera ser reconhecido como alguém
> importante para seu crescimento, um autor não deve esperar que sua obra e
> processo o agraciem com facilidades (em verdade, grandes são os sacrifícios
> a serem empreendidos pelos trabalhadores do prazer no Estado Capital). Assim
> como um pai ou uma mãe confiam num filho perante uma acusação de terceiros,
> assim o autor com sua obra não deve jamais se rebaixar a críticas
> (assazmente socialistas, comunistas ou anarquistas). Somente um pai ou uma
> mãe anarquistas poderiam vir a prostituir seus filhos ou mesmo abandoná-los,
> mas isto é serissimamente recriminável pelo Ministério do Prazer da
> Propaganda que atua moralmente sob a égide de Jesus Hitler. Assim como um
> pai ou uma mãe arrancariam da própria carne para dar de comer aos filhos em
> tempos escaços, também o autor poderá ter de passar fome para não se
> vincular aos hediondos resistentes do Estado Capital.
> 6.Se vincular ao máximo de coletivos de atuação Capital possível.
> Assim como as famílias são formatadas de acordo com as regras empresariais
> (nepotismo mafioso da economia dos afetos), também as obras e processos
> precisam de empatia (retronecessidade ou metaprostituição) das redes para
> poder manterem sua subsistência. Assim como é esperado que os pais incitem
> em seus filhos a competitividade, o autor de manter-se em contato com as
> redes mais influentes e adquirir os títulos que lhe proporcionarão acesso às
> obras e processos mais prazeirosos; exemplo disto já pode ser notado na
> mudança polética das residências artísticas mundo afora, que anteriormente
> pagavam estipêndios a artistas do terceiro mundo para aparelharem seus
> conhecimentos, coisa que não é mais necessária com o advento do Ministério
> da Digitalização dos Afetos, o que levou-os a cobrar taxas de criadores
> europeus que buscam férias criativas.
> 7.Agir fora da lei, mas nunca do Bem, da Justiça e da Beleza.
> Assim como um filho é bom e belo aos olhos de um pai ou uma mãe, a um autor
> sua obra e processo sempre lhe apetecem e é para isto que foram instituídos
> os Códigos de Beleza do Ministério do Prazer da Propaganda. Para
> assegurarmos um consumo contínuo e uma produção fluente de Produtos
> Culturais que mantenham a situação atual do Estado Capital ad infinitum,
> tornando a Ditadura da Arte o rápido possível a religião oficial do Estado
> Capital através do Ministério do Prazer. Assim como um filho mataria por seu
> pai ou sua mãe, pedimos que você também entre nesta causa e espalhe beleza
> até morrer de fome. Seja marginal! Seja Herói!
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quarta-feira, 23 de março de 2011
Re: [segunda-fundacao] Fwd: [metareciclagem] Sete Deveres Autorais
"autoria só deveria ser atribuída a crimes"
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