De: Cleonice Amorim de Paula [mailto:cleoamorim@uol.com.br]
Enviada em: sexta-feira, 27 de maio de 2011 15:16
Para: Cleonice Amorim de Paula
Assunto: tempo neocontado
a flor sobre a mesa é plástico.
a beleza comprada a vintém.
sê quem tem.
energia em doses no vidro.
alegria mal vem e se acaba.
mal.
é a vida de agora, é a hora.
nova era e me cai como um raio,
sem luz!
e sem rosto, e sem voz, mas com cara.
mascara.
camarada e a contagem inicia.
contagia, vicia e instiga...
intriga.
enreda...
e veloz e em tudo e eu me rendo.
porque o sol da manhã é tão forte,
mas o fogo do tempo é tão fraco.
a lembrança do rumo é meu norte.
nas janelas do espaço eu me perco.
sai-berço-espaço... esplêndido.
renasço.
mas tão perto do início, o enfim.
só.
assim...
e a certeza se esvai pelo ralo,
da rede.
adiciono e afins e a contento.
contratempo...
sentimento ruim eu bloqueio.
ou excluo com um toque e três teclas.
o aval para a dor me foi dado.
se quiser vivencio ou aplaco.
parador, para a flor, paro o raio.
paro o dado da sorte lançado.
para o curso, cursor, desatino.
paro lá, passo a crer no destino.
na ventura,
e a fatura a pagar.
(qual será?)
e se bom reaver tanto sonho.
a surpresa do novo tal qual...
essa rede também pesca gente!
pontes caras que antes quebradas,
são agora refeitas, constantes.
e outras vias no acaso encontradas,
trazem novos tão velhos confrades.
que se acham, se achavam perdidos.
escondidos.
passo a perna na curva da história.
e meu leme descubro e domino.
e até volta o meu sonho menino...
de num mundo poder me inventar.
navegar.
ser senhor desse tempo e de mim.
o arquivo do eu faço já.
- sempre há que se ter memória suficiente.
Paula Quinaud
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