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Montagem de Boca de Ouro volta em cartaz no Teatro João Ceschiatti e mostra como Nelson Rodrigues continua atual
Boca de Ouro é um bicheiro famoso, conhecido como o “Drácula de Madureira” ou “Assassino de mulheres”. Ele não mede esforços para conseguir o que deseja e com sua influência e poder compra o que seu dinheiro alcança, o que não inclui sua paz de espírito. Ele não sabe de onde veio e nunca viu a mãe, por esse motivo vira bicho quando em alguma discussão alguém tem a ousadia de “botar a mãe no meio”. Sua história é contada por Guigui, uma de suas ex-amantes, a um repórter da imprensa sensacionalista. São três versões da mesma história mostrando três facetas diferentes de um homem que dá o que falar.
O texto foi escrito em 1959 e já ganhou dezenas de montagens nesses mais de cinqüenta anos, além de duas versões para o cinema. Podemos ver em Boca de Ouro o arquétipo de vários tipos da vida nacional de políticos e empresários a cartolas do futebol. Nelson Rodrigues entendeu como ninguém a alma do brasileiro.
Com a palavra o diretor:
“Os textos de Nelson Rodrigues são das pérolas mais preciosas do colar da dramaturgia brasileira. Possuem uma dinâmica própria, fluindo cheios de ironias tão típicas de nossa brasilidade vira-latas. "Boca de Ouro" não é exceção. Se soa algo datado à primeira vista, com as gírias de meio século atrás, logo começamos a estabelecer conexões com a situação atual deste país tão vilipendiado por seus governantes: as notícias em que o fato é desgrenhado ou penteado ao bel sabor do noticiante, o poder paralelo do império do crime, as estreitas relações dos contraventores com a gente da alta sociedade, a capacidade de transformar até mesmo um cadáver desdentado em piada.
Assim sendo, aproveitamos estas contradições ululantes como elemento de cena. Figurinos de época são colocados lado a lado com espertofones moderninhos. Uma palavra ou outra acabaram substituídas pelos seus equivalentes contemporâneos. Mas não tocamos na Grace Kelly. Grace Kelly não tem igual, ela fica.
Então, com um toque de farsa aqui, bom humor ali, uma pitada de drama, canções originais alinhavando a costura e inserções pontuais de textos jornalísticos do próprio Nelson, jogamos este jogo de (re)contextualizar a conhecida narrativa. Chegamos a este nosso Boca, leão dourado do bicho, batizado em pia de gafieira, um sujeito batuta.”
É a segunda montagem de Alexandre Toledo Produções Artísticas (a primeira foi “Dois na Pista, espetáculo que estreou em 2016) agora em associação com a Cia. Da Farsa.
A montagem traz algumas curiosidades como a trilha musical original composta por Leonardo Mendonza que também havia assinado a trilha do primeiro espetáculo da companhia, “Tribobó City” em 2002. Também traz de volta aos palcos a atriz Cristina Cortez afastada da ribalta desde os anos 90.
O espetáculo retorna em curta temporada no Teatro João Ceschiatti de 17 a 19 de maio. Sexta e sábado às 20h e no domingo às 19h. Ingressos a R$40,00 a inteira e R$20,00 a meia entrada.
Serviço:
Boca de Ouro
Texto de Nelson Rodrigues
Direção de Igor Ayres
Assistência de direção de Lúcio Paiva Jr
Trilha musical: Leonardo Mendonza
Iluminação de Yuri Simon
Figurinos de Jader Correia
Maquiagem de Márcia Rust
Em cena: Alexandre Toledo, Alex Zannon, Marcus Labatti, Simone Caldas, Jader Correia, Cristina Cortez e Ana Luísa Brandão.
Teatro João Ceschiatti. Dias 17, 18 e 19 de maio. Sexta e sábado às 20h e no domingo `s 19h.
Ingressos a: R$40,00 e R$20,00 na Bilheteria do teatro.
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