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Posted: 13 Apr 2010 08:00 PM PDT Esse é o tipo de texto que odeio escrever, mas necessário. Bom, você deve estar cansado de saber que preciso de um transplante pulmonar e que deveria estar na fila desde setembro de 2008. Mas uma série de complicações, brigas e batalhas só me colocaram na espera um ano e três meses depois, em dezembro 2009. São águas passadas, mas que me irritam muito a cada vez que passo a noite em claro com uma dor infernal no peito e nos braços, como de segunda (12) para terça-feira (13/4). Enfim, dizem que Deus escreve certo por linhas tortas, mas desconfio que ele cursou o Mobral e tem astigmatismo. A história é a seguinte: entre setembro de 2008 e setembro de 2009 emagreci 34 quilos, sem poder fazer uma caminhada sequer, ou colocaria minha vida em risco. Fechei a boca, comi 600 calorias diárias, bebi no máximo 1 litro de líquido por dia. Saí da obesidade morbida (IMC igual a 41) e fui para o sobrepeso (29). Mas daí veio todo a discussão se eu deveria entrar ou não na fila (sim, durante dois meses ficaram debatendo se eu deveria entrar na fila). Afinal, dos três transplantados com hipertensão pulomar no InCor, os três morreram. Aí fica aquela dúvida: morre na mesa de operação ou em casa? Bom, quando eu tive uma pneumonia e uma parada respiratória, decidiram me colocar na fila. Aí veio a batalha do medicamento que chegou até aos ouvidos do ex-governador José Serra. Não sou de ferro, e por mais que tenha plena ciência que não é justificativa, eu engordei alguns quilos. Descontei meu estresse e frustração na comida. Aí, fui obrigado a ouvir a frase “possibilidade de ser inativado na fila do transplante”, pois já tinha entrado no limite do peso (IMC 29) e que o ideal era 27 (mesmo minha circuferência abdominal sendo inferior a desejada, não oferecendo risco). Ou seja, depois de tudo, posso perder a chance de minha vida. Mas não vou perder. Não mexa com meu brio. Sim, a raiva e o desejo de provar de que sou capaz de algo é o que move. Nem que eu me lasque todo. Em três semanas, emagreci 6,9 kg. Minha dieta foi abaixo das 500 calorias. Em muitos dias, bebia apenas suco. Errado? Sim, não recomendo a ninguém. Mas se me querem magro para o transplante – e até entendo essa obsessão para meu bem – é isso o que terão. Nunca, repito, nunca, terão uma justificativa para me inativar na fila. Nem peso, nem nada. Se o IMC máximo é 27, chegarei abaixo disso, custe o que custar. E aí voltarei a ser o exemplo de garra que adoram propagandear, não uma pessoa com problemas com comida. Por isso, peço paciência a vocês. Com uma baita frustração, vou dar um tempo no blog até a próxima consulta com a equipe do transplante pulmonar (começo de maio). Vou precisar de concentração total. Vai ser difícil, com tanta coisa boa estreando e sendo exibida (Aprendiz 7 – Universitário, Força-Tarefa, reta final de Viver a Vida, encerramento de Lost e 24 Horas etc.) Prometo aparecer no Twitter. E toda sexta-feira, por volta das 16h, tem a coluna do Yahoo! |
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